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A Participação da Fragata "Vasco da Gama", como navio-almirante da operação "Atalanta", representa o contributo de Portugal, no âmbito da União Europeia, para garantir o apoio humanitário ao povo da Somália, tal como combater as acções de pirataria no oceano Indico.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

25AGO11: O Serviço de navegação

 

O serviço de navegação é um serviço com bastante responsabilidade a bordo, pois é o serviço que prepara todo o material necessário, elabora planeamentos e apoia directamente a condução da navegação do navio.
  
Apesar de ser um serviço pequeno não é sinónimo de pouco trabalho, pelo contrário, os preparativos começam muitos antes de o navio sair para o mar, pois é necessário fazer todo o estudo da viagem. Este estudo inclui os portos a praticar e alternativos, rotas, número de milhas, consumos de combustível, meteorologia, e toda a informação necessária para a segurança da navegação. Após conclusão e aprovação do estudo de viagem, é necessário requisitar todo o material para a viagem desde publicações, cartas de navegação em papel e digitais, aplicando as respectivas correcções.

O serviço de navegação é composto apenas por cinco elementos. O chefe de serviço é o oficial navegador (ON), que é responsável pela condução da navegação em águas restritas, elaborar e propor os planos de navegação, controlar e supervisionar a condução da navegação de acordo com os planos previamente aprovados. O ON é responsável pela instrução e treino aos Oficiais de Quarto à Ponte, propondo ao Sr. Comandante a sua certificação, e supervisiona o treino das equipas da ponte. Durante as operações no mar, é o oficial que toma conta, supervisiona ou aconselha o Sr. Comandante quando o navio se encontra em situações de maior risco, tais como reabastecimento no mar, entradas e saídas de portos e manobras e evoluções com outros navios. É ainda o responsável pela meteorologia de bordo.

O oficial adjunto ao oficial navegador (ANAV) é, tal como o nome indica, um complemento do Oficial Navegador. Este oficial ajuda o ON na elaboração de planeamentos, estudo de viagem, substituindo-o em algumas situações da sua ausência ou tidas como convenientes, principalmente a nível administrativo. A navegar, o ANAV efectua quartos à ponte como Oficial de Quarto e durante a navegação em águas restritas,  efectua o controlo de posicionamento do navio na carta em papel, através da triangulação de azimutes e de distâncias radar, em estreita colaboração com os marcadores dentro da equipa de pilotagem.


O sargento do serviço de navegação é denominado por Fiel da Navegação, têm como principais funções tratar da parte logística do serviço. O fiel é responsável pela requisição de cartas, de publicações e do material necessário para o serviço. A navegar a sua função é na ponte, como Sargento de Quarto à Ponte e em águas restritas, controla o posicionamento do navio através do ECDIS (sistema de cartas electrónicas de navegação).


O serviço conta ainda com dois auxiliares. Os auxiliares do serviço de navegação tratam da correcção das cartas de navegação e das publicações, e ainda efectuam acções de manutenção na ponte. A navegar, ambos desempenham funções no centro de operações, excepto nas manobras de reabastecimento e nos exercícios de manobras e evoluções, em que reforçam a equipa da ponte. Durante a navegação em águas restritas, fazem parte da equipa de pilotagem como marcadores.



O facto de ser um serviço pequeno e com elevada responsabilidade na preparação e condução da navegação do navio, obriga a que este funcione como uma equipa coesa, onde cada um conhece bem as suas funções e onde todos são necessários.

Independentemente das tarefas e missões que são atribuídas e que levam o navio a sair para o mar, sejam testes aos equipamentos, acções de treino ou missões nas partes mais distantes do globo, a preparação e condução da navegação é sempre a mais rigorosa. Pois mesmo em testes ou em acções de treino no mar, a navegação é sempre real e os perigos estão sempre presentes. Facto este que funciona como elemento motivador e de desafio nas nossas tarefas, permitindo uma observação directa dos frutos do nosso trabalho.
Por fim, como se encontra escrito na escotilha de acesso à ponte, tanto para os elementos do serviço como para todos aqueles que desempenham funções na ponte:
“NAVEGAR NÃO É SIMULAÇÃO!”

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